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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Tu morreste eu nasci...

Sinto um arrepio quando o calor das tuas gotas de teu sangue me caiem no corpo e me queimam e jorram em todas as direcções, pintando o ambiente de encarnado vivo. Esse vivo que assinala a tua morte.
Ao ver-te resfriar nos meus braços, sinto um alívio inconfortável, porque acabáste e não me voltas a fazer o que fizeste.
Um mundo novo abre-se para ti, um mundo novo abriu-se para mim…
Tu morreste, eu nasci!

sábado, 19 de abril de 2008

Do Medo à Morte

Cerca de dois anos depois da morte de seu marido, Lúcia decide voltar a olhar para a vida com felicidade, muito por força da sua amiga de sempre, que a convidava frequentemente para sair consigo e com o seu marido para tomarem um copo. Lúcia sempre recusava porque sentia-se mal, tudo aquilo a fazia-a recordar o seu marido, e os momentos que passava com ele, mas naquele dia resolveu aceitar e sair. A sua amiga tinha-se divorciado, e agora, Lúcia sentia-se na obrigação de a ajudar, e convidou-a para sair, iam ao sítio que ela tantas vezes a tinha convidado para ir mas que sempre recusou. Jorge, o ex-marido de Vera, a sua amiga, sempre pareceu uma pessoa muito afável, inofensivo e bastante calmo, mas desde o divórcio, que andava a ameaçar Vera, jurava fazer a sua vida num inferno e tirar-lhe tudo o que tinha. Lúcia avisava a sua amiga que tinha de apresentar queixa, pois aquilo era grave e que ele poderia fazer-lhe realmente mal…
Depois de Vera ter apresentado queixa, as ameaças continuavam, mas desta vez eram mais agressivas e passavam também a envolver Lúcia.
Na manha seguinte, Lúcia acorda com o toque aflito do seu telemóvel, do outro lado, vem uma notícia, Vera teria sido morta à porta de casa, um corpo parcialmente degolado era encontrado à porta de sua casa, por isso Lúcia deveria ir à morgue para fazer o reconhecimento do corpo…
Lúcia sentada na cama, deixa cair o telemóvel no seu colo e chora durante horas, chora até ficar sem fôlego, pois também agora teme pela sua vida…
Já na morgue, olha a medo mas verifica que realmente o corpo pertencia a Vera, afinal, não era de esperar outra coisa, depois de todas aquelas ameaças contínuas de que a sua amiga foi vítima. Apesar de não ter provas conclusivas, era pouco provável que outra pessoa teria morto Vera, por isso voltou a queixar-se à polícia, desta vez alegava que a próxima seria ela, e baseava-se nas ameaças que ele lhe tinha feito. O medo de que lhe pudesse acontecer algo de semelhante, percorria-lhe o corpo à velocidade do sangue. Poucos dias depois, num fim de tarde, quando chega a casa após mais um dia de trabalho, entra e curiosamente não é recebida alegremente pelo seu gato que se costuma esfregar nas suas pernas enquanto ronrona de mimo, por isso apercebeu-se que algo não estava bem, ou apenas poderia ser da sua cabeça, e o gato poderia ter saído pela janela por isso não estava em casa, pousa as chaves na mesa da sala de estar e vai em direcção da cozinha para beber alguma coisa enquanto se tenta libertar do portátil que já lhe pesava no ombro. Nisto depara-se com um vulto escuro à sua frente, era ele.
Aterrorizada, recua alguns passos para traz tremendo, enquanto ele se dirige para ela com uns passos pesados que parecem abanar a casa. Ela encosta-se à mesa, Jorge debruça-se sobre ela que estremece toda assim que sente a sua barba a picar-lhe a cara. Jorge cheira-lhe o cabelo e suspira de prazer, ao ouvido de Lúcia sussurra:
- Queres que te faça o que fiz ao Carlos? – Com um empurrão ela atira-o para o chão.
- Viste o que aconteceu à Vera? E a ele? É o que acontece ás pessoas que se metem no meu caminho… – Diz Jorge a rir-se!
Ela desesperada pergunta:- Que mal é que eles te fizeram?
- És muito burra! Os cornos tapam-te os olhos?
Sem demora, avança para ele com a chave bem apertada na mão, e espeta-lhe no pescoço com toda a força que tinha, antes de a tirar, roda-a e pressiona mais um bocado, depois fica com prazer a olhar para ele enquanto ficava pálido e se esvaía em sangue!